A importância da qualidade do ar na produção de suínos
A cada dia que passa, presenciamos mais e mais granjas de suínos passando por reformas e se modernizado, buscando novas tecnologias que facilitem o trabalho diário, buscando soluções em climatização, alimentação e pesagem, além de adequar e automatizar instalações antigas e novas. Tudo para fazer da granja, um ambiente favorável para o bem-estar dos animais, obtendo melhor desempenho da produção e acima de tudo, mais qualidade de vida para as pessoas que nela trabalham.
Associados aos diversos fatores importantes para o bom funcionamento da granja, existem alguns que são primordiais. Com a modernização e a climatização, as granjas ficam mais suscetíveis ao acúmulo de gases dentro de suas instalações e muitas vezes, o produtor acredita que é possível fazer o manejo da forma tradicional, ou seja, “como sempre foi feito” até então, tempo em que as granjas eram totalmente abertas, com manejos manuais de cortina e renovação do ar feita em momentos em que era fornecida a ração aos animais, feita a limpeza ou práticas na maternidade. Isso não é mais possível atualmente.
Para a produção de suínos, um fator que deve-se ficar atento é quanto à qualidade do ar, pois este está diretamente relacionado ao metabolismo dos animais, sendo que eles liberam calor, umidade e dióxido de carbono provenientes de sua respiração, gases oriundos da sua digestão e também poeira, além de outros gazes provenientes dos dejetos, entre outros, sendo assim, a exposição constante a altos níveis de concentração de gases tóxicos (amônia, ácido sulfídrico e dióxido de carbono) podem reduzir bastante o desempenho zootécnico dos animais. Assim, um bom sistema de ventilação e troca de ar, torna-se indispensável, possibilitando manter a concentração de partículas suspensas no ar em níveis adequados.
Dentre os gases que mais prejudicam o desempenho na atividade, o principal é o dióxido de carbono, ou mais conhecido como CO2. Estudos realizados com CO2 evidenciam que em concentrações altas, esses gases afetam a saúde dos suínos (Nader et al. 2002). Assim, a alta concentração de gás CO2 está diretamente relacionada ao mau desempenho da produção, pois com saúde debilitada, o animal não consegue expressar seu potencial de desenvolvimento, resultando até mesmo em carne de má qualidade. Portanto, é evidente que o controle adequado do nível do CO2, ajuda no desenvolvimento do animal e consequentemente torna a produção mais rentável.
A produção de CO2 por animais está diretamente relacionada com sua produção de calor, sendo essa função do seu peso corporal e do seu ambiente térmico. Estudos realizados com o dióxido de carbono (CO2) e monóxido de carbono (CO) evidenciam que esses gases afetam a saúde dos suínos (NADER et al., 2002).
Para evitar que o CO2 afete e prejudique o desempenho dos animais, já que o suíno é um dos animais mais suscetíveis a doenças respiratórias, é necessário executar as práticas de manejo conforme as orientações sugeridas pelo departamento técnico que atende a granja e principalmente, estar atento para novas tecnologias ofertadas para fazer a troca de ar e uniformizar a ventilação dentro da granja.
A solução ideal para granjas com ventilação positiva, hoje, é a que permite, além de ligar ventiladores, abrir cortinas e controles por temperatura e umidade, controlar os níveis de CO2. Pois como já comentado, é um dos grandes “vilões” da atividade.
Já para as granjas de ventilação negativa, além dos mesmos princípios adotados, os diferenciais estão no tipo de ventilação, que podem ser por exaustores, placas evaporativas ou inlets.
Portanto, é muito importante que o produtor esteja atualizado em métodos e soluções em tecnologia e automação para minimizar os possíveis problemas na qualidade da produção, seguir à risca as recomendações sugeridas, fazer o manejo corretamente e a manutenção preventiva de seus equipamentos. Com todas estas ferramentas e cuidados, o produtor tem a certeza de um excelente desempenho na produção e uma vida mais tranquila para sua família.